O ano era 1985; o público, de 1,4 milhões de pessoas. Assim começava um dos maiores festivais de boa música na cidade maravilhosa. Os 10 dias de festival renderam performances memoráveis de bandas como Queen, Iron Maiden, Whitesnake, AC/DC, Scorpions e Ozzy Osbourne.
Em sua segunda edição, o Rock in Rio reuniu 700.000 pessoas com bandas como Judas Priest, Queensryche, Megadeth e Sepultura. Já na terceira, 1,2 milhões de pessoas compareceram ao festival para ver bandas como Sandy & Junior ops... Iron Maiden, Rob Halford e Sepultura.
A quarta edição promete Metallica, Andreas Kisser e Angra. A produção está impecável e o palco, muito bem montado. Não há o que reclamar quanto a infraestrutura, achei muito bem feita mesmo. A abertura emocionou.
Falando, agora, musicalmente... a seguir você poderá conferir alguns palavrões, apesar de eu ter tentando evitar ao máximo.
Que porraaaa foi aquela do Milton Nascimento cantando Love of my Life?? Não duvido do talento indiscutível do cara, mas eu não consigo acreditar, nem mesmo Freddie Mercury, que deve ter morrido pela 2° vez após o ocorrido.
O fato é que o Rock in Rio sempre contou com CURVAS DE RIO, até em sua primeira edição, isto é, artistas (se é que podemos chamar disso) que foram chamados somente para acumular detritos (ou público estúpido, se o caro leitor preferir) e encher o espaço - e o bolso dos organizadores - deixando completamente de lado a coerência na mentalidade de quem escolheu as bandas para tocarem no festival.

O que mais me revolta é que os organizadores conseguem colocar a maioria dos destoantes nacionais no palco. Isto é, o que mostramos para o mundo é que aqui não há bandas de qualidade, portanto é tapado o buraco com artistas de outros gêneros (que servem tanto como Curvas de Rio quanto idealizadores da máxima "Samba, mulher e putaria" que os estrangeiros tanto gostam de integrar aos seus paradigmas sulamericanos). E como ficam artistas como Tempestt, Hibria, King Bird, Hangar, Iahweh, Tierramystica, Sydnei Carvalho e centenas de outros, prontos para mostrar toda a qualidade que compõe seus trabalhos? Até que ponto o dinheiro ultrapassa o amor à música? Será que esses artistas devem compor músicas de 03 acordes e 01 palavra de refrão para poderem tocar no Curva de Rio?
Você, estrangeiro que traduz o que escrevo e mesmo assim não entende muita coisa (já que o português é uma das linguas mais difíceis que existem), tire da sua cabeça que o Brasil só tem índios pelados com tacape na mão e, por gentileza, não veja o grande Milton Nascimento assassinando a Love of My Life. Vá ouvir as bandas que eu citei e que coloco no blog e não dependa de festivais puramente comerciais e não-resolvidos como o Curva de Rio, com seus problemas de conceitualização.
Acho ótimo para o Brasil, traz bons frutos econômicos, mas acredito fielmente, como o grande guitarrista Wander Taffo, que "A música é a arte que mais nos aproxima da perfeição de Deus" e que para ser arte deve ser feita com amor e se o Curva de Rio tivesse um pouco menos de ganância, poderíamos curtir bandas que se enquadrassem melhor no conceito puro de "rock". Vamos criar o festival de "metal" (esse conceito sim é o nome da vez, já que exclui todas as Curvas de Rio e fica somente com Heavy, Power, Hard, AOR e o mais diversos bons gêneros do "rock") "Amor à Música" para alimentar o sonho de um Rock in Rio, de fato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário