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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Festival "Curva de Rio" começa hoje...


O ano era 1985; o público, de 1,4 milhões de pessoas. Assim começava um dos maiores festivais de boa música na cidade maravilhosa. Os 10 dias de festival renderam performances memoráveis de bandas como Queen, Iron Maiden, Whitesnake, AC/DC, Scorpions e Ozzy Osbourne.
Em sua segunda edição, o Rock in Rio reuniu 700.000 pessoas com bandas como Judas Priest, Queensryche, Megadeth e Sepultura. Já na terceira, 1,2 milhões de pessoas compareceram ao festival para ver bandas como Sandy & Junior ops... Iron Maiden, Rob Halford e Sepultura.
A quarta edição promete Metallica, Andreas Kisser e Angra. A produção está impecável e o palco, muito bem montado. Não há o que reclamar quanto a infraestrutura, achei muito bem feita mesmo. A abertura emocionou.

Falando, agora, musicalmente... a seguir você poderá conferir alguns palavrões, apesar de eu ter tentando evitar ao máximo.
Que porraaaa foi aquela do Milton Nascimento cantando Love of my Life?? Não duvido do talento indiscutível do cara, mas eu não consigo acreditar, nem mesmo Freddie Mercury, que deve ter morrido pela 2° vez após o ocorrido.
O fato é que o Rock in Rio sempre contou com CURVAS DE RIO, até em sua primeira edição, isto é, artistas (se é que podemos chamar disso) que foram chamados somente para acumular detritos (ou público estúpido, se o caro leitor preferir) e encher o espaço - e o bolso dos organizadores - deixando completamente de lado a coerência na mentalidade de quem escolheu as bandas para tocarem no festival.
Porraaaaa, depois de Sandy & Junior e Carlinhos Brown agora poderemos conferir Claudia Leitte, Ivete Sangalo e Nx Zero??? Qual é a porra do nome do festival mesmo? CURVA DE RIO! A realidade é que esse festival está com sérios problemas de conceitualização. É uma afronta colocar no mesmo palco um Andreas Kisser e um Martinho da Vila e volto a repetir que não se trata de gosto ou qualidade e sim, de bom senso.
Acredito ser por conta da globalização a atual onda em uníssono de reprovação ao Curva de Rio. Mas, lembremos que é desde o primeiro festival que se tem notícias de bandas totalmente fora dos diversos conceitos do decadente termo "rock". Se antes tinha Elba Ramalho e Alceu Valença agora temos Nx Zero e Nação Zumbi para integrar o quadro dos destoantes ao termo.
O que mais me revolta é que os organizadores conseguem colocar a maioria dos destoantes nacionais no palco. Isto é, o que mostramos para o mundo é que aqui não há bandas de qualidade, portanto é tapado o buraco com artistas de outros gêneros (que servem tanto como Curvas de Rio quanto idealizadores da máxima "Samba, mulher e putaria" que os estrangeiros tanto gostam de integrar aos seus paradigmas sulamericanos). E como ficam artistas como Tempestt, Hibria, King Bird, Hangar, Iahweh, Tierramystica, Sydnei Carvalho e centenas de outros, prontos para mostrar toda a qualidade que compõe seus trabalhos? Até que ponto o dinheiro ultrapassa o amor à música? Será que esses artistas devem compor músicas de 03 acordes e 01 palavra de refrão para poderem tocar no Curva de Rio?
Você, estrangeiro que traduz o que escrevo e mesmo assim não entende muita coisa (já que o português é uma das linguas mais difíceis que existem), tire da sua cabeça que o Brasil só tem índios pelados com tacape na mão e, por gentileza, não veja o grande Milton Nascimento assassinando a Love of My Life. Vá ouvir as bandas que eu citei e que coloco no blog e não dependa de festivais puramente comerciais e não-resolvidos como o Curva de Rio, com seus problemas de conceitualização.
Acho ótimo para o Brasil, traz bons frutos econômicos, mas acredito fielmente, como o grande guitarrista Wander Taffo, que "A música é a arte que mais nos aproxima da perfeição de Deus" e que para ser arte deve ser feita com amor e se o Curva de Rio tivesse um pouco menos de ganância, poderíamos curtir bandas que se enquadrassem melhor no conceito puro de "rock". Vamos criar o festival de "metal" (esse conceito sim é o nome da vez, já que exclui todas as Curvas de Rio e fica somente com Heavy, Power, Hard, AOR e o mais diversos bons gêneros do "rock") "Amor à Música" para alimentar o sonho de um Rock in Rio, de fato.


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